sexta-feira, 1 de abril de 2011

OBA OBA DO OBAMA NA TERRA DO NUNCA

Algumas observações sobre o discurso de Barack Obama no Teatro Municipal do RJ.


Primeiro ponto: embora o presidente americano afirme - para alegria de alguns deslumbrados oportunistas e ilusão de outros ufanistas -, não, nossos países nada têm em comum nos seus processos históricos - apenas o fato de que foram colonizados por nações européias, entretanto, muito diferentes uma da outra. O Brasil faz pouco mais de duas décadas que está construindo a sua democracia enquanto que a de lá tem mais de dois séculos. Também não é demais lembrar que a referida ditadura lembrada por ele e que saímos há pouco foi apoiada – como outras na America latina (Doutrina de Segurança Nacional) – pelo Tio Sam. Segundo ponto: o Sr. Obama disse que atualmente a metade da população brasileira vive na classe média. Então estabeleceu-se pelo Sr. Obama que a classe media no Brasil é constituída pelos que recebem de dois a cinco salários mínimos – antigamente era quem recebia acima de dez (rebaixaram a classe media)? O fato é que se somarmos a esse contingente os que recebem até um salário mínimo, os que recebem um e os beneficiários do Bolsa Família aí sim teremos a imensa maioria da população brasileira. De fato, o cara aprende rápido com os “alquimistas” e “mercadores dos números” brasileiros! A propósito, bom seria se ele rebaixasse a classe media americana à brasileira! Classe media no país dos outros é refresco... . Enquanto isso os deslumbrados oportunistas tupiniquins comemoram o avanço da classe C porque não precisam viver nela! Enfim, nem precisou falar que somos a 7ª economia do mundo à frente da França e Inglaterra! Melhor não espalhar, já pensou se os pobres ingleses ou franceses resolverem tentar ser “classe média” - C - no Brasil?
O fato é que de acordo com o IPEA um em cada três brasileiros tem renda inferior a um salário mínimo e a arrecadação do mercado informal no país equivale ao PIB da Argentina! Desnecessário falar das implicações – prejuízos - disso para o trabalho – precarização dos salários e relações de trabalho - diante do mercado globalizado, para não falar na Previdência. Ainda assim, a arrecadação continua batendo recordes consecutivos devido ao Estado Predador Brasileiro, embora não se possa traduzir isso em maiores investimentos sociais e melhorias no serviço publico, trata-se apenas de exigências do superávit primário – economia para pagar juros da divida publica. A expansão irresponsável e descontrolada do credito, aliada a uma política de juros estratosféricos elevou a renda da especulação e do capital em detrimento da produção e trabalho - Dieese. Os lucros do capital – Bradesco, Itaú, Santander – bateram consecutivos recordes, ano após ano durante o governo dos trabalhadores. De acordo com o ultimo censo, se a classe C é a maior do país, as classes A e B sobem de 10,5% para 15,7%, o que equivale a um aumento proporcional de mais de 50% - a que mais cresceu! Para finalizar, a Terra do Nunca – “nunca antes na estória desse país” – alem de ser a 7ª economia é a 11ª em numero de milionários no mundo - estamos à frente da Austrália (Merril Lynch). Assim, fica fácil entender a simpatia e os sorrisos largos do Arack... .

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