sexta-feira, 1 de abril de 2011

Tabu e Ufanismo

Esse era para ser um Blog exclusivamente sobre o vício em drogas, particularmente o crack, todavia, o vício tem mais a ver com política do que julga a vã filosofia. Ambos, sob certos aspectos, são nocivos, na medida que causam dependência. Ambos são sedutores, deslumbram, iludem, vêm acompanhado pela dissimulação, egocentrismo e megalomania. Já disseram que a cocaína é a droga do super homem, pois eu digo que a política é o recalque do Clark Kent! Dia desses vi algumas reportagens na net e outras mídias, uma, particularmente me chamou a atenção e me trouxe a esse espaço. O titulo era, Lula o Doutor do Povo! Não vou apelar para ninguém porque detesto, particularmente, o tabu da palavra - Lima Barreto, Clastres, Foucault e Glauber Rocha também detestavam. Digo apenas porque admiro-os e compartilho das suas idéias e valores - não se trata de reivindicar a autoridade deles, muito menos exibir conhecimentos! O fato é que no Brasil, existe um tabu com relação a determinadas pessoas e assuntos. Existem supostas autoridades - morais, espirituais, intelectuais, políticas, etc - que reivindicam para si a primazia para falar sobre determinadas pessoas, coisas, assuntos. Ditas por outras pessoas que não envergam essa autoridade, não tem valor, não passam de mera opinião. Na verdade, elas sequer são ouvidas porque nem podem falar. Como  ignoro isso e nem me submeto às censuras autoritárias, assumo o risco de ser execrado e linchado pelos hipócritas, oportunistas, ingênuos deslumbrados e ufanistas - prefiro isso a compartilhar de tamanha empáfia e cinismo. Nada contra que alguém receba o titulo de honoris causa dessa ou daquela universidade, sabemos que o critério para se conferir tal titulo é distinto do acadêmico, porem, penso que até para as tolices, ufanismos e cinismos deveriam haver limites. O fato é que o Sr. Dr. Luis Inácio há muito tempo deixou de ser "povo". Só o povo - o verdadeiro - para acreditar que ele ainda seja do povo! Desde que ingressou para a diretoria do sindicato que deixou o "chão da fábrica" e a pobreza e, até onde eu sei, quando se fala de povo, está se falando da maioria, que no caso do Brasil são os pobres e miseráveis, o que evidentemente já não é o caso dele. Esse fato deu-se há mais de trinta anos e, desde então esse senhor ocupa um confortável apartamento em bairro de classe media, recebendo salário de classe media, frequentando as altas rodas da elite e do poder, adquirindo patrimônio, hábitos e gostos típicos da burguesia. Há tempos senta-se com os patrões! Doutor do Povo?! Doutor do povo talvez fosse Florestan Fernandes, que com todos os privilégios que dispunha morreu pobre no hospital do servidor. Veio do povo e nunca adquiriu patrimônio, hábitos e vícios da burguesia, embora tivesse que conviver com ela, não se deixou seduzir como se deixam muitos dos que dizem "falar em nome" e representar o povo ou a classe trabalhadora! Doutor do povo foi Prestes, que viveu e morreu na pobreza. Esse titulo coroa a farsa em que se transformou um partido que pretendia representar a classe trabalhadora e a paródia daqueles que foram lideranças populares. Se aburguesaram, não vivem mais como o povo, não falam mais em nome do povo. O futuro chegou e podemos todos sentirmo-nos completos burgueses! Agora só falta "tirá a medáia!"

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