domingo, 22 de janeiro de 2012

Recaídas: a queda

Faz 4 meses da ultima recaída. Ela ainda não acabou. Ele havia passado dez meses limpo e saudável. Pleno de esperanças, fé, animo. Foi motivada pela raiva. Raiva, ira, ódio. Raiva da vida, de Deus, das pessoas, da mediocridade. Sempre tem um idiota para julgar a sua vida sem vive-la, sequer pode imagina-la! O emprego chegou após 19 meses desempregado. Tempo demais! Tarde demais! Desaprendeu a acreditar no trabalho e, sobretudo, nas pessoas. Durante esse tempo trabalhou bastante em troca de promessas e ilusões. De graça, voluntariamente e em troca de falsas expectativas. Muitos se aproveitaram da situação e exploraram seu trabalho. Participou de incontáveis seleções - uma mais "rigorosa" e ridícula do que a outra. Afinal, o emprego chegou no meio da recaída. Não havia mais esperanças, expectativas, sonhos, fé, animo. Apenas raiva, ira, ódio, descrença, indiferença, desconfiança. Que importa agora a porra do emprego? Que importa agora a porra do dinheiro? Fodam-se! A alegria acabara-se há bem mais tempo, desde que elas partiram. A tristeza é grande demais! O buraco é fundo demais! Depois de um tempo, o homem acostuma-se com tudo. A tristeza e a desesperança tornaram-se companheiras inseparáveis! Passou-se muito tempo e não é possível cogitar a hipótese de se pensar em mais tempo: para recomeçar, refazer, reconstruir. É preciso paciência e confiança para isso e ele as perdeu pelo caminho.
Não é possível construir coisa alguma com o que sobrou, apenas destruir de vez o que restou! Porque não é possível se viver sem amor, esperança, alegria e fé. Alguns filósofos sustentam que a partir da destruição é que se pode construir algo. A ciência e a academia também já não me interessam. Perfeição demais, rigor demais, clean demais, frivolidades, demagogia e cinismo demasiados. Sabe que nada se constrói por meio do ódio e da indiferença. Não é possível reconstruir mais nada também porque os cacos foram despedaçados e dispersos. Reduzidos a pó. O tempo pode destruir um homem de várias maneiras, sobretudo pelo cansaço. O homem não precisa de justificativas para viver e a vida basta-se por si só. Tambem não pode pretender justificar morte alguma.

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