terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Passageiro

Um homem pode ter muitas vidas, mas só se vive uma unica vez. "Viver é o que temos de mais importante, muitos apenas existem." Wilde estava certo. Há tempos que eu apenas existo, como muitos. Quanto de uma vida ou de uma pessoa podemos perder? Quanto vale uma vida? Qual é a medida da vida? Viver por viver? Viver porque a vida nos foi dada?! Todas as vidas equivalem-se? São tantas as falacias e os sofismas da moral burguesa judaico-cristã para justificar a vida, mas não podem justificar a miséria, a desigualdade, a fome, a violência, a morte, a corrupção e a exploração. Quanto uma vida suporta de sofrimento? Jesus sofreu, São Francisco sofreu, o Che sofreu. Rimbaud, Van Gogh,  Garcia Lorca, Sá Carneiro, Maiakovski, Lima Barreto, Lamarca, Sebastião Alba, Antonio Gramsci, Walter Benjamin, Thoreau. Muitos tombaram antes dos 40 - Lima Barreto como Glauber partiu aos 41. Leminski aos 44. Todos tiveram as suas razões e o seu quinhão de dor. Todos lutaram e tombaram. Eu lutei, luto, estou derrotado e não quero mais lutar. Lutar por que, pelo que? Dinheiro? As putas, os gigolôs, mercenários, ladrões que fiquem com ele. Quero apenas ensinar a ela que a vida é muito mais do o que o vil metal! Só os pobres de espírito e medíocres fazem dele a sua vida. O fato é que ela não precisa de mim agora, já não precisa mais e nem sei se algum dia precisou ou precisará e, nesse mundo, apesar da hipocrisia da moral burguesa, nenhuma vida vale muita coisa. Tudo passa e eu também passarei..... E como disse um poeta, passarei sozinho.

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