quinta-feira, 1 de março de 2012

CALOR

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É possível o calor alterar ou interferir na saúde e no estado de espirito de uma pessoa? No O Estrangeiro ele alterava as sensações e os sentidos ao ponto do absurdo! O absurdo da existência e da razão ou da falta dela e a indiferença. Algumas teses sustentam que o frio e a ausência de luz também alteram o homem. Aqui eu sinto a pele queimar, palpitações, taquicardia, falta de ar, náuseas, dor de cabeça e raiva, muita raiva, dificuldade de pensar enquanto escrevo desse inferno que hoje me encontro. Pensava que Nova Iguaçu era quente, não conhecia Bertioga ainda. Talvez os desertos da Somália ou do Djibuti sejam mais quentes. Sinto o ar pesado, como se estivesse me pressionando contra o solo. O ar entra com dificuldade nos pulmões. O ar queima as narinas. A garganta seca. O sol açoita a pele. O suor escorre pela testa e entra nos olhos, na boca, arde, escorrendo pelo rosto. Sinto muita raiva disso! A poeira dificulta mais ainda a respiração. Os pensamentos se desarranjam diante de tamanha sensação de desconforto. O cansaço é exaustivo. A pele já mostra os prejuízos. Os pulmões acusam o golpe. O sono é prejudicado. A alimentação também. Tudo é difícil. Dormir, acordar, pensar, falar, fumar, comer, andar, exercitar-se, trabalhar, transar. O calor esgota, irrita-me. Gostaria de explicar melhor para que fosse entendido, mas até isso não consigo porque o calor me impede. Ao final desisto e nem quero. Não consigo pensar e sinto muita raiva por isso. Ele esta me prejudicando muito e me tornando uma pessoa pior. Um sujeito irascível, impertinente e indolente.

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