Nada sei
sobre o caminho. Pouco importa para aonde leve. Apenas sigo. Como o vento sem
direção. Como o vento que passa. Dispensam-se as razões. Haveria razões para a
vida? Sobram duvidas e presunções. Pobres andarilhos e suas cargas. Quantos homens já trilharam esse caminho e o tempo
reduziu-os a pó? Apagaram-se as suas pegadas. Nenhum traço no mundo. Existiu,
mas, quem pode viver? Que importa o mundo? Pedaço de terra reservado
aos cadáveres. Porque em noites em que estive no caminho o pranto é silencioso.
Acompanha-o a lembrança, o amor e a tristeza. Não
há contemplação. Não há redenção. Não há indulgência. Não há lamentações. Não ousa olhar, apenas caminha. Silencio. Lagrimas
e solidão. Apenas Deus esta à vigília. Quem criou o caminho não caminha. Não existe escolha entre caminhar
ou o caminho. Não há meio termo para a vida. As palavras são os únicos meios da
razão e, limitadas, não suportam a imaginação! Diante do caminho ele contempla
a imperfeição. O ser limitado que pensa, vive e morre. Uma insignificância indulgente
com o mundo e consigo mesmo! Eis a sua astúcia inconfessável! Não há
ingenuidade na sua casa. Se ele apenas sentisse, experimentasse, viveria e a
vida seria sublime. Não. Nenhuma racionalidade suporta o homem. Ele não é
senhor na sua própria casa. Ele é conduzido e se deixa conduzir. Irresistível vaidade,
fútil, frágil. Caminha como quem pensa. Existe como quem vive. Pensa como quem sonha.
Maior que o tempo é o caminho. Arrasta atrás de si a memória e a morte. E
segue. Porque vive e é. Traz a vida ao peito. A alma aos olhos e a eternidade no
horizonte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário