domingo, 2 de dezembro de 2012

Caminhos



Nada sei sobre o caminho. Pouco importa para aonde leve. Apenas sigo. Como o vento sem direção. Como o vento que passa. Dispensam-se as razões. Haveria razões para a vida? Sobram duvidas e presunções. Pobres andarilhos e suas cargas. Quantos homens já trilharam esse caminho e o tempo reduziu-os a pó? Apagaram-se as suas pegadas. Nenhum traço no mundo. Existiu, mas, quem pode viver? Que importa o mundo? Pedaço de terra reservado aos cadáveres. Porque em noites em que estive no caminho o pranto é silencioso. Acompanha-o a lembrança, o amor e a tristeza. Não há contemplação. Não há redenção. Não há indulgência.  Não há lamentações. Não ousa olhar, apenas caminha. Silencio. Lagrimas e solidão. Apenas Deus esta à vigília. Quem criou o caminho não caminha. Não existe escolha entre caminhar ou o caminho. Não há meio termo para a vida. As palavras são os únicos meios da razão e, limitadas, não suportam a imaginação! Diante do caminho ele contempla a imperfeição. O ser limitado que pensa, vive e morre. Uma insignificância indulgente com o mundo e consigo mesmo! Eis a sua astúcia inconfessável! Não há ingenuidade na sua casa. Se ele apenas sentisse, experimentasse, viveria e a vida seria sublime. Não. Nenhuma racionalidade suporta o homem. Ele não é senhor na sua própria casa. Ele é conduzido e se deixa conduzir. Irresistível vaidade, fútil, frágil. Caminha como quem pensa. Existe como quem vive. Pensa como quem sonha. Maior que o tempo é o caminho. Arrasta atrás de si a memória e a morte. E segue. Porque vive e é. Traz a vida ao peito. A alma aos olhos e a eternidade no horizonte.     

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