quarta-feira, 12 de março de 2014

Os "revolucionários" e a farsa da burguesia operária.

Alejandro é uruguaio, consta que estudou ciências sociais e morou no México. Deve ter ido graduado do Uruguai ou se graduou depois no Brasil em informática. Segundo informações da sua esposa e comentadas a boca miúda pela militância do partido ele trabalhou durante alguns anos e até recentemente na Microsoft, recebendo o salário de R$ 18 mil mês. De acordo com a mesma e admitido pelo próprio, vive hoje da renda da exploração das suas propriedades, entre elas um pequeno edifício de apartamentos na cidade de origem da sua esposa no estado do MS. 

Rafael Cunha veio de Brasília. Estudou na UnB e antes no Colégio Objetivo. Como outros do partido omite tanto outras informações a seu respeito quanto a própria face na rede social - todas as informações aqui são publicas e se encontram na rede social. Perci e Laura também vieram de Brasília e estudaram na UnB - primeira jornalista e a outra assistente social. Consta que Perci seja filha de um empresario do ramo da construção civil da capital federal. Na eleição de 2010 foi candidata ao parlamento em Brasilia, declarando patrimônio pessoal de R$ 34 mil - imóvel e automóvel - obtendo 0 (zero) votos.

Rafael Dantas é paulistano. Estudou Filosofia na USP e antes no Liceu Pasteur - colégio tradicional das abastadas famílias paulistanas. Em 2010 candidatou-se ao parlamento paulistano declarando patrimônio pessoal de R$ 150 mil - entre terrenos, cota de empresa e imoveis na capital. Naquele ano era estudante, tinha 26 anos, militava no movimento estudantil e teve 480 votos. José Pedro Martins estudou no Colégio Dante Alighieri em São Paulo. José Pedro se autodenomina na rede social "Pedro Pedreiro" e afirma trabalhar no Correio - assim como Laura. José como Rafael Cunha, Laura e Perci também omite informações a seu respeito e a própria face. "Pedro Pedreiro" apresenta-se no Facebook como uma caricatura de trabalhador - uma especie de bonequinho operário, com capacete e tudo, empunhando uma motosserra. Uma farsa completa - deplorável paródia de trabalhador que se esconde atrás de uma caricatura de operário e vulgo que faz alusão a um peão de obra! Isso sem duvidas deve ser o máximo que alguém que passou boa parte da vida no Colégio da nata da elite paulistana se aproxima da classe operária! Sem duvidas denota ainda o desrespeito pela forma pueril e burlesca com que trata o trabalhador, reduzindo-o a uma caricatura e um apelido jocoso. É o tipo raso, ingenuo ou infame que a falta de estofo necessita de subsídios apelativos pra demonstrar algum apreço ou aproximação com uma realidade que desconhece e ignora por completo! O mundo virtual é repleto de Guevaras dos Jardins e do Leblon, de Lenins de Pinheiros e da Barra, de "vanguardas", "representantes" ou "lutadores" da "classe trabalhadora" e dos "movimentos populares" que se abstêm de trabalhar e de viver em comunidade - sequer conhecer ambas as realidades, senão aquilo que se pensa e escreve sobre elas!

Natália e Anaí são da família - filha e companheira - do presidente ad aeternum do PCO Rui Costa Pimenta e dirigentes hereditárias do partido. Consta que Natália estuda Letras na USP e antes estudou também no Liceu Pasteur. Natália é ligada ao movimento estudantil e feminista da USP e candidatou-se a vereadora em 2012 em São Paulo - obteve 394 votos. Natália candidata-se a cargos parlamentares pela sigla do seu pai desde 2006. Anaí trabalhava no Correio e é figura polemica e conhecida no movimento sindical ligada a essa categoria. Disputa eleições a cargos majoritários pelo partido desde que ele existe e no ultimo pleito concorreu a prefeitura tendo 1.373 votos. Ambas não declaram patrimônio, afinal, vivem sob o teto do Rui - cujo patrimônio declarado na eleição de 2010 era um imóvel de R$ 80 mil. Como eu não subestimo a inteligencia alheia, basta admitirmos que a Justiça Eleitoral brasileira é zelosa quando se trata de aferir as informações patrimoniais dos indivíduos políticos tanto quanto com a destinação dos recursos distribuídos as legendas. 

Seu Tranquilo Móterle é um ex-padre gaúcho, octogenário, militante das causas populares há mais de 05 décadas, líder comunitário e fundador do bairro Vargem Grande em SP. Foi candidato compulsório - segundo o mesmo o partido o inscreveu sem consulta-lo - a vereador pelo PCO em 2012. Segundo o mesmo também quase não teve apoio algum, senão alguns milhares de santinhos impressos na gráfica do partido distribuídos por ele mesmo apenas na sua comunidade. Apesar disso, Seu Tranquilo obteve na sua primeira disputa eleitoral a expressiva quantidade de 1.207 votos! Apesar disso Seu Tranquilo não recebe apoio material algum do partido, morando hoje na sede alugada da Associação de Moradores que fundou junto com o bairro Vargem Grande. O octogenário Seu Tranquilo Móterle sobrevive da ajuda de outros moradores do bairro e da aposentadoria minima que recebe, passando as noites em um sofá velho do imóvel de três cômodos alugado e pago também pela Associação hoje tomada pelo partido. Claro, o "partido não se presta ao assistencialismo", tampouco a solidariedade, antes explora as classes populares e trabalhadora.

Disso tudo é relevante constatar que com exceção do Seu Tranquilo a imensa maioria dos militantes do partido e a totalidade da burocracia e quadros - como os aqui citados - são todos da classe média e elite. Com exceção do Alejandro, Anaí, Rui e Seu Tranquilo todos os demais citados - como a imensa maioria do partido - são também jovens estudantes ou recém formados, na casa dos vinte e poucos anos - alguns até menores de idade, é bom que se diga! - e que nunca precisaram e nem trabalharam antes na vida. Os autoproclamados "revolucionários" e a "vanguarda" da classe operária é isso - classe média estudantil imberbe e presunçosa! São os filhos da burguesia que nunca fizeram outra coisa na vida que não estudar e desfrutar do conforto e segurança da vida burguesa - sem as privações, riscos e sacrifícios que a classe trabalhadora e os sujeitos periféricos se submetem cotidianamente pra sobreviver! Trem, ônibus, cartão de ponto, marmita, lona preta, teto de zinco, parede de madeirite, lama e esgoto na porta de casa são coisas que não estão a altura da "vanguarda revolucionária do proletariado" e que ela ignora! Afinal, pra efeitos de conduzir a massa estropiada, desvalida e alienada basta ler alguns artigos e pesquisas e "formar-se" em estudos avançados da teoria marxista-leninista-trotskysta na beira da piscina do acampamento de férias do partido! "Proletários do mundo todo, uni-vos!" Não tenham duvidas de que esse dia chegará, nem de que quando ele chegar o proletariado é que será o protagonista da sua emancipação, bem como saberá identificar quem é da classe trabalhadora e nesse dia, não haverá lugar para a pequena burguesia farsante do palavrório "revolucionário" e de origens e hábitos burgueses!

Não são fofos os "revolucionários" da "causa operária"? Eis os que pretendem falar e lutar em nome da classe trabalhadora!  

Nenhum comentário:

Postar um comentário