segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Criança.

Ontem uma criança me falou - riu, brincou, fantasiou. Se ela não me falasse assim eu não teria sido feliz um pouco. As crianças são a alegria e a graça do mundo - senão a única. A fala das crianças contem toda a fé e sabedoria do mundo. Agora enquanto escrevo reflito sobre isso e desisto - ou melhor, renuncio. Ela não falou nada de importante, apenas o que importa ser dito. Ela não sabe nada sobre ciência e política, sabe o quanto basta sobre viver e amar - aquilo que nos faz dignos da espécie, da vida e da natureza. Há uma genialidade mística, perturbadora na fala das crianças. Quanto pude ser feliz, me emancipar, sublimar, fazer feliz e realizar alguém com a ciência? Ouço dizer que o papel da ciência é outro - desenvolver o homem, a natureza e a sociedade. Humanizar, civilizar. Entre a cabeça e os braços a distancia é imensa, tanto quanto entre a teoria e a pratica, a realidade e o pensamento, o coração e a razão. Há muita razão, certezas, força no mundo. A criança falou e riu e eu pude apenas ser sem diploma, teoria, coerência, razão, profissão, cifrão. Quanta graça, inocência, sonhos, amor e alegria no olhar! Quanto amor e leveza no sorriso; quanta paz e verdade nas palavras! Sinto-me mais vivo, sou mais humano por isso. E ela sempre me arrebata....

Nenhum comentário:

Postar um comentário