As ruas jamais são sempre as mesmas. A tarde, a paz desconfortante. Todo dia havia o vento, as cadeiras à calçada, o sino da matriz, os homens celebrando. A cigarra cantando, o sol caindo e o infinito sereno. O vento assobiava, fechava as portas, acariciava a pele. A cigarra anunciava, o sol escapava, o ruído gemia. Entre paredes sujas, pesadas, vazias, sufocantes, caladas, indiferentes. Vento! Vento frio! Paredes! A praça me faz vivo, sobrevivente! A cigarra me faz humano, em meio ao silencio covarde e acomodado das casas! Covas caiadas! E eu sigo pelas sombras da noite. Contemplando estrelas - silencio, armas, solidão, medo, tristeza, indiferença acompanham. A porta o vento sopra, no céu a lua e as estrelas desdenham, pensamentos voam, medo e tristeza são condições da existência, diante da indiferença e da miséria, porque a vida é mera concessão a sobrevivência....
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