
Desde 94 que acompanho isso mais ou menos de perto, como simpatizante, militante e sociólogo. Nessa caminhada, já estive em lutas e projetos relacionados à moradia e urbanização como interlocutor de ambos os lados - poder público e sociedade. Em meio urbano e rural, em várias cidades e comunidades em SP, RJ, RN, BA. Atuei como técnico social, analista socioambiental, militante político de agitação e propaganda, responsável pela formação política, mobilização, articulação e organização comunitária. Grosso modo, em todas essas atividades a ideia era incentivar a participação popular de forma organizada - associações de moradores, cooperativas, conselhos comunitários, comissões de acompanhamento de obras, etc. Desnecessário dizer que a participação é condicionada pela correlação de forças entre as partes envolvidas no processo.
Atualmente, a questão habitacional e urbana se inscreve nos marcos do Estatuto da Cidade e no debate acerca o Direito a Cidade. Esses são os parâmetros que vem sendo construídos não sem atritos, resistências, contradições e conflitos no interior do Estado e da sociedade, conforme a dinâmica da luta de classes no interior da ordem global - capitalismo. Grosso modo, conforme o projeto progressista e neo-desenvolvimentista dos últimos 15 anos, os movimentos populares de luta por moradia - entre outros direitos - foram incorporados como interlocutores políticos ao poder e, assim, as suas pautas passaram a compor a agenda estatal em termos de políticas públicas. Por essa razão é importante destacar que se tratam de conquistas sociais, a despeito do caráter reformista, compensatório, conciliatório, funcional e/ou do modo - paternalista, assistencialista, clientelista, etc - em que tais movimentos aderem ou são incorporados a esse projeto político.
Conforme esse processo, em que o Estado apresenta-se como o "provedor" - nem sempre "gestor" -, temos a um só tempo, a expansão das políticas, projetos, agentes privados, interlocutores populares, sociais e interesses diversos, até contraditórios e conflitantes. Nessa perspectiva, há a primazia do aspecto "técnico" em detrimento do "político", conforme o Estado não seja o "gestor", promovendo a ideia a um só tempo do "Estado ineficaz" ou "mau gestor" e da "iniciativa privada" ou "sociedade civil" como a panaceia, de modo, que a política pública - direito social - passa a ser encarada como assunto privado, da competência de burocratas e tecnocratas "despolitizados." Esse processo, trouxe consequências bastante nefastas para os movimentos populares:
1 - "Desqualificação" de lideranças e interlocutores populares e/ou tradicionais - tornaram-se nessa perspectiva, "obsoletos, retrógrados, sectários, idealistas, etc";
2 - Invasão, captura e ampliação de atores "técnicos" nos espaços populares de luta - políticos e sociais -, deslegitimando, marginalizando e/ou descaracterizando lideranças e movimentos;
3 - Esvaziamento do conteúdo reivindicatório, classista e revolucionário do discurso pelo paradigma da conciliação, funcionalidade, focalização, parceria, inclusão, etc;
4 - Esvaziamento do caráter do Estado como arena de disputa ideológica para espaço de gerenciamento das mazelas do capitalismo;
5 - Marginalização, desqualificação, exclusão, repressão, criminalização dos movimentos populares de luta, ligados ou não a partidos políticos de esquerda, conforme recusem o paradigma estabelecido da conciliação, parceria, negociação, em oposição as táticas de enfrentamento do Estado e da ordem estabelecida;
6 - Renúncia deliberada ao trabalho de base de formação política, mobilização e organização popular por amplos setores da esquerda, em função da adesão ao modelo técnico-burocrático elitista, excludente, autoritário e despolitizado;
7 - Cooptação e aparelhamento do movimento popular por grupos e/ou interesses criminosos - tráfico, seitas religiosas, terceiro setor, políticos profissionais, etc.
Até o inicio dos anos 2000, nos movimentos populares nas comunidades periféricas ainda predominava o caráter político-reivindicatório - estratégias de mobilização e organização pra luta -, mesmo que capturado pelo imediatismo condicionado pelas necessidades dadas de sobrevivência - seja na luta por habitação, urbanização, transporte público, acesso a educação, saúde, etc. O novo marco regulatório do terceiro setor (1999) e a ascensão do projeto petista ao poder ampliaram, significativamente, as políticas sociais e os espaços da sociedade civil organizada no Estado. O incremento das políticas públicas agitou as bases populares e amplos segmentos sociais, por sua vez, promoveu mudanças que privilegiaram modelos técnicos, conciliatórios, focalizados e funcionais. Esse padrão promoveu a gestão de caráter técnico-empresarial da política pública, conduzida em termos de "negócios" por gestores sociais capazes de gerenciar recursos financeiros, materiais e humanos. Os que defendem esse modelo argumentam que isso "profissionalizou" e "modernizou" os movimentos populares e sociais, por sua vez, a evidente despolitização e desmobilização caminha de mãos dadas com as arcaicas práticas de apadrinhamento e/ou clientelistas e criminosas no balcão de negócios estatal.

A despeito das perspectivas mais românticas, indolentes e irresponsáveis, bem como, das tendenciosas, maniqueístas e criminosas, é uma realidade contundente a disputa sistemática, nas diversas comunidades periféricas Brasil afora, na cidade e no campo, de seitas reacionárias neovans, terceiro setor e crime organizado - loteando espaços e barganhando demandas. Ao lado disso, a política do curral e cabresto eleitoral também não é exclusividade dos sertões do país - qualquer pessoa minimamente informada sabe que a compra de votos é uma realidade nas periferias e bolsões de pobreza das grandes cidades. Vi e vivi isso em, maior ou menor grau, em São Paulo - Vargem Grande, Pirituba, São Matheus -, baixada santista - Bertioga, São Vicente, Santos e Cubatão -, Rio de Janeiro - Providência e Nova Iguaçu -, Vila de Ponta Negra em Natal e em comunidades Quilombolas na Chapada Diamantina na Bahia.
Na comunidade do Vargem Grande a Associação UNIFAG surgiu como entidade organizadora e fundadora da ocupação que gerou o bairro - inicio dos anos 80. No fim dos anos 90 e inicio do século 21, conforme o bairro mantivesse crescimento constante e as demandas por infraestrutura, habitação e urbanização seguissem em descompasso, atores "técnicos" passaram a assediar e "orientar" o movimento popular de luta no sentido de "modernizar" a organização. Assim, surgiu a ACHAVE (Associação Comunitária Habitacional do Vargem Grande), gestada no interior da outra, com o objetivo de subsidiá-la e apoiar a comunidade em questões de caráter jurídico, financeiro e técnico, conforme essas demandas e a burocracia se avolumassem comprometendo as ações políticas e sociais. Importa saber, no entanto, que a os técnicos e burocratas ambiciosos e sem escrúpulos da ACHAVE, perceberam o potencial de negócios e a oportunidade e deram o golpe na UNIFAG, constituindo-se em organização formal, capitalizando em cima das demandas comunitárias, prestando serviços de consultoria e assessoria técnica, captando projetos e recursos com parceiros privados e políticos com interesses eleitoreiros, intermediando mediante pagamento os trâmites burocráticos entre os moradores incautos e o poder público. Essa situação, além de dividir a comunidade e enfraquecer a UNIFAG, levou a desmobilização e apatia política. Foi preciso a ferrenha determinação de alguns dirigentes da UNIFAG e militantes comunistas - no caso o PCO -, ao lado da ameaça de remoção de diversas famílias do bairro pelo poder público, para que a entidade pudesse se reorganizar e recuperar seu status junto a comunidade. Detalhe, o fundador do bairro e da UNIFAG é ex-padre, ligado a Teologia da Libertação, perseguido e exilado durante a ditadura, um gaúcho octogenário bastante espiritualizado e espirituoso, muito esclarecido e coerente. Dos membros mais ativos da entidade - totalizando dez pessoas - três eram evangélicos muito reacionários e intransigentes. Eis o quadro, grosso modo, que o partido e o militante comunista poderá se deparar nos movimentos populares das diversas comunidades Brasil afora.
Em São Vicente a situação foi pior, embora a comunidade não chegasse a uma centena de pessoas. Contudo, a situação em toda a baixada santista reflete a da capital - domínio absoluto da facção criminosa em todas as comunidades periféricas. É bom que se diga; a relação do crime organizado com as comunidades não é homogênea, aberta ou deliberada/consentida, muitas vezes, há uma articulação discreta com alguns elementos, estabelecendo uma convivência mais ou menos forçada, em que a tolerância se sustenta através do medo e intimidação de um lado, vínculos de confiança - familiares e comunitários -, além de certas vantagens, decorrentes das privações e adversidades de outro.
Para o crime organizado, importa cooptar certas figuras carismáticas nas comunidades, quando não mobilizar determinados membros da facção em um local estratégico, ocupar e construir a sua própria comunidade, organizada no tripé: tráfico, administração das necessidades e controle social pela força. O fluxo do tráfico, por si só, mobiliza e articula uma série de indivíduos e negócios, movimentando a economia formal e informal do entorno, de modo que se torna lucrativo para outros tantos além dos traficantes - materiais recicláveis, cigarros, álcool, objetos furtados, etc. Por fim, nesses casos, a própria comunidade se constitui em barricada entre a polícia e o tráfico, posto que um só existe em função do outro - é no vácuo do Estado, ausência de políticas públicas, negação e violação de direitos e na omissão das organizações dos trabalhadores que o crime e a direita avançam.
As relações do tráfico com as comunidades, além de arbitrárias são complexas e dissimuladas, se insinuam, conforme a confiança aumenta no convívio. Assim, diversos interlocutores - parceiros, simpatizantes, estudantes, militantes, ativistas, agentes públicos ou políticos -, conforme mantenham contatos pontuais e vínculos restritos, raramente conseguem apreender essas relações - a coisa não é como em muitas comunidades no RJ e nem como quer o José Padilha. Pode-se perceber nessa estratégia - o grau de profissionalização, por meio dessa trama imbricada - a capacidade do crime organizado em buscar formas diversificadas de expandir-se e se legitimar nas comunidades, por meio da organização e inserção em movimentos populares e pautas sociais, articulando interesses econômicos e políticos - um ambicioso e sistemático projeto de poder.
Por fim, a atual ofensiva reacionária e autoritária que vem há três anos enterrando o projeto neodesenvolvimentista e o partido da ordem, recolocou-o forçosamente após década e meia junto as bases. Esse fato, por sua vez, também trouxe consequências nocivas para os movimentos populares, na medida em que aqueles que se acostumaram as institucionalidades e aos acordos e conchavos com a direita, esqueceram-se ou renunciaram deliberadamente ao trabalho de base, passando a assedia-los com o objetivo de capitalizar as suas demandas e manipular as suas pautas conforme interesses eleitoreiros. Trocando em miúdos, ao invés de colaborar para construir uma organização popular que represente a comunidade, o "político profissional" preferiu cooptar e legitimar uma "liderança" - o "linha de frente" - pra "representá-la" - convenientemente o sujeito mais ambicioso, deslumbrado, limitado, truculento e manipulável possível. Assim, a um só tempo, indicando o "representante" mais "apropriado" - para manipulação -, conforme interesses eleitoreiros e a conveniência dos poderosos de plantão - poder público municipal, judiciário e e proprietária do terreno, todos interessados em remover a comunidade da área -, conseguiu desmobilizar a comunidade, deslegitimar o coletivo, reiterando a velha e nefasta lição que sustenta que "não precisa organização ou luta popular", basta "o salvador pátria" - líder - para "negociar" e "barganhar" com os poderosos.
A tática de conceder o acesso aos espaços de poder e aos poderosos políticos, pra diversos interlocutores populares, sobretudo, aqueles mais limitados e marginalizados, ainda é poderosa e eficaz - maquiavelicamente falando. Não há discurso, formação, apelo a consciência política ou ética, capaz de resistir à sedução para o sujeito comum, ocasionada pelo olhar ou aceno da "autoridade" e ser recebido no gabinete. Trata-se de tática sórdida e perversa, posto que ilude e manipula, reduz a pauta coletiva de direitos a conchavos de gabinete e barganhas ou concessões, desmobiliza e deslegitima a organização e a luta popular. Por si só isso já bastaria para desqualificar e enfraquecer os movimentos populares, mas, isso ainda não é tudo. Completa a tragédia grupos e/ou indivíduos ANCAPs, conforme a agenda neoliberal, cumprindo a missão de "demonizar" o Estado e os "partidos políticos" de esquerda, "endeusar a sociedade civil" - indiscriminadamente, a despeito da luta de classes -, promover a "liberdade do indivíduo" - o avesso da igualdade -, "idealizar as comunidades" - a despeito das determinações objetivas e contradições - e a "autogestão", evidentemente sem qualquer referencial teórico ou método, posto que o caráter idiossincrático burguês e o bovarismo pueril dispensam a crítica, a objetividade e a história.
Enfim, o problema da criminalização dos movimentos populares é histórico, todavia, o processo de criminalização não se encerra na repressão judicial e policial, sustenta-se na tradição autoritária da sociedade e na alienação e/ou omissão/negligencia da esquerda em relação as suas contradições e estratégias de organização. Ou retornamos conscientes e determinados as bases, enfrentando a ofensiva da direita organizada e infiltrada nos movimentos populares, ou resignamos à ruína, arrasados como o prédio da PF em Sampa.
Na comunidade do Vargem Grande a Associação UNIFAG surgiu como entidade organizadora e fundadora da ocupação que gerou o bairro - inicio dos anos 80. No fim dos anos 90 e inicio do século 21, conforme o bairro mantivesse crescimento constante e as demandas por infraestrutura, habitação e urbanização seguissem em descompasso, atores "técnicos" passaram a assediar e "orientar" o movimento popular de luta no sentido de "modernizar" a organização. Assim, surgiu a ACHAVE (Associação Comunitária Habitacional do Vargem Grande), gestada no interior da outra, com o objetivo de subsidiá-la e apoiar a comunidade em questões de caráter jurídico, financeiro e técnico, conforme essas demandas e a burocracia se avolumassem comprometendo as ações políticas e sociais. Importa saber, no entanto, que a os técnicos e burocratas ambiciosos e sem escrúpulos da ACHAVE, perceberam o potencial de negócios e a oportunidade e deram o golpe na UNIFAG, constituindo-se em organização formal, capitalizando em cima das demandas comunitárias, prestando serviços de consultoria e assessoria técnica, captando projetos e recursos com parceiros privados e políticos com interesses eleitoreiros, intermediando mediante pagamento os trâmites burocráticos entre os moradores incautos e o poder público. Essa situação, além de dividir a comunidade e enfraquecer a UNIFAG, levou a desmobilização e apatia política. Foi preciso a ferrenha determinação de alguns dirigentes da UNIFAG e militantes comunistas - no caso o PCO -, ao lado da ameaça de remoção de diversas famílias do bairro pelo poder público, para que a entidade pudesse se reorganizar e recuperar seu status junto a comunidade. Detalhe, o fundador do bairro e da UNIFAG é ex-padre, ligado a Teologia da Libertação, perseguido e exilado durante a ditadura, um gaúcho octogenário bastante espiritualizado e espirituoso, muito esclarecido e coerente. Dos membros mais ativos da entidade - totalizando dez pessoas - três eram evangélicos muito reacionários e intransigentes. Eis o quadro, grosso modo, que o partido e o militante comunista poderá se deparar nos movimentos populares das diversas comunidades Brasil afora.

Para o crime organizado, importa cooptar certas figuras carismáticas nas comunidades, quando não mobilizar determinados membros da facção em um local estratégico, ocupar e construir a sua própria comunidade, organizada no tripé: tráfico, administração das necessidades e controle social pela força. O fluxo do tráfico, por si só, mobiliza e articula uma série de indivíduos e negócios, movimentando a economia formal e informal do entorno, de modo que se torna lucrativo para outros tantos além dos traficantes - materiais recicláveis, cigarros, álcool, objetos furtados, etc. Por fim, nesses casos, a própria comunidade se constitui em barricada entre a polícia e o tráfico, posto que um só existe em função do outro - é no vácuo do Estado, ausência de políticas públicas, negação e violação de direitos e na omissão das organizações dos trabalhadores que o crime e a direita avançam.
As relações do tráfico com as comunidades, além de arbitrárias são complexas e dissimuladas, se insinuam, conforme a confiança aumenta no convívio. Assim, diversos interlocutores - parceiros, simpatizantes, estudantes, militantes, ativistas, agentes públicos ou políticos -, conforme mantenham contatos pontuais e vínculos restritos, raramente conseguem apreender essas relações - a coisa não é como em muitas comunidades no RJ e nem como quer o José Padilha. Pode-se perceber nessa estratégia - o grau de profissionalização, por meio dessa trama imbricada - a capacidade do crime organizado em buscar formas diversificadas de expandir-se e se legitimar nas comunidades, por meio da organização e inserção em movimentos populares e pautas sociais, articulando interesses econômicos e políticos - um ambicioso e sistemático projeto de poder.
Por fim, a atual ofensiva reacionária e autoritária que vem há três anos enterrando o projeto neodesenvolvimentista e o partido da ordem, recolocou-o forçosamente após década e meia junto as bases. Esse fato, por sua vez, também trouxe consequências nocivas para os movimentos populares, na medida em que aqueles que se acostumaram as institucionalidades e aos acordos e conchavos com a direita, esqueceram-se ou renunciaram deliberadamente ao trabalho de base, passando a assedia-los com o objetivo de capitalizar as suas demandas e manipular as suas pautas conforme interesses eleitoreiros. Trocando em miúdos, ao invés de colaborar para construir uma organização popular que represente a comunidade, o "político profissional" preferiu cooptar e legitimar uma "liderança" - o "linha de frente" - pra "representá-la" - convenientemente o sujeito mais ambicioso, deslumbrado, limitado, truculento e manipulável possível. Assim, a um só tempo, indicando o "representante" mais "apropriado" - para manipulação -, conforme interesses eleitoreiros e a conveniência dos poderosos de plantão - poder público municipal, judiciário e e proprietária do terreno, todos interessados em remover a comunidade da área -, conseguiu desmobilizar a comunidade, deslegitimar o coletivo, reiterando a velha e nefasta lição que sustenta que "não precisa organização ou luta popular", basta "o salvador pátria" - líder - para "negociar" e "barganhar" com os poderosos.
Enfim, o problema da criminalização dos movimentos populares é histórico, todavia, o processo de criminalização não se encerra na repressão judicial e policial, sustenta-se na tradição autoritária da sociedade e na alienação e/ou omissão/negligencia da esquerda em relação as suas contradições e estratégias de organização. Ou retornamos conscientes e determinados as bases, enfrentando a ofensiva da direita organizada e infiltrada nos movimentos populares, ou resignamos à ruína, arrasados como o prédio da PF em Sampa.
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