sábado, 10 de setembro de 2011

Das tragédias e dos espectadores

O mundo da droga é uma tragédia.
O espectador assiste e tem expectativas.
Tem valores, juízos, conceitos e preconceitos.
Vive de fora, por mais perto que acredite viver.
Vive somente a sua vida.
Quem pensa que é para julgar?
Que pensa sobre o que o outro sente, vive, viveu ou viverá?
Pensar não é viver.
Ser não é parecer.
De onde tira sua autoridade?
Da presunção.
A suprema vaidade e soberba é a que julga....
Eu não julgo, já fui e sou julgado até hoje.
Já tem gente demais fazendo isso.
Terra de justos e justiça.
E a vida, as pessoas e o vicio são mais complexos.
Não aceitar isso é não entender.
Não entender é não pensar.
E não pensar é não mudar.
Mais fácil deve ser julgar.


Um comentário:

  1. Não serei o poeta de um mundo caduco.
    Também não cantarei o mundo futuro.
    Estou preso à vida e olho meus companheiros.
    Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
    Entre eles, considero a enorme realidade.
    O presente é tão grande, não nos afastemos.
    Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

    Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
    não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
    não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
    não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
    O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
    a vida presente.

    A noite dissolve os Homens - Carlos Drummond de Andrade

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