De tudo que vivemos.
É aquilo que permanece e nos acompanharão sempre.
Intocáveis, impronunciáveis, indeléveis.
Inscritas no altar da consciência.
Marcadas com fogo no interior do coração.
Sinto-as a cada dia mais profundas e doloridas.
Não há remédio ou conforto.
Chaga incurável que quanto mais se mexe piora.
Eu me lembro do frio, do cheiro, do espaço, das coisas, das
vozes e sons.
Da mesinha na sala, brincadeiras, risos, uma gaveta cheia de
brinquedinhos.
Cabelinhos penteados para trás, olhinhos muito vivos,
sorriso largo e fácil.
Muita disposição para correr, muita imaginação para brincar.
Muita generosidade em ser feliz e compartilhar.
Inocência, pureza, doçura.
Um anjo na minha casa, na minha vida.
Tudo dava, tudo amava, tudo podia.
Porque eu era uma pedra e hoje sou um homem.
meus olhos transbordaram água do mar...
ResponderExcluirMárcia