domingo, 4 de setembro de 2011

Memórias


O mais sempre são as lembranças.
De tudo que vivemos.
É aquilo que permanece e nos acompanharão sempre.
Intocáveis, impronunciáveis, indeléveis.
Inscritas no altar da consciência.
Marcadas com fogo no interior do coração.
Sinto-as a cada dia mais profundas e doloridas.
Não há remédio ou conforto.
Chaga incurável que quanto mais se mexe piora.
Eu me lembro do frio, do cheiro, do espaço, das coisas, das vozes e sons.
Da mesinha na sala, brincadeiras, risos, uma gaveta cheia de brinquedinhos.
Cabelinhos penteados para trás, olhinhos muito vivos, sorriso largo e fácil.
Muita disposição para correr, muita imaginação para brincar.
Muita generosidade em ser feliz e compartilhar.
Inocência, pureza, doçura.
Um anjo na minha casa, na minha vida.
Tudo dava, tudo amava, tudo podia.
Porque eu era uma pedra e hoje sou um homem.
   

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