quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Horas mortas.


Há algo de belo na noite.
Plena de vazio.
Algo de sinistro, suave, puro e delicado.
Sombrio.
As sombras. O mistério. O medo.
O homem não é mais do que um vulto que vaga.
Nas horas mortas.
Um moribundo piedoso.
Um hiato de silêncio e ausência.
Um sopro errante.
Um quase que não foi, não é e nem será.
A eterna expectativa e temor.
A grande mentira e indulgencia.
O medo, o frio, o silêncio, o pulso, os sonhos, devaneios, angustias e a calma.
Que a noite seja serena aos esquecidos pela luz.
Que a sua paz recaia sobre os abandonados pela vida.
No firmamento as estrelas se movimentam. Os pensamentos voam com elas. Os pés fincados a terra. E o homem é um grande nada no vazio do mundo, alienado de si, alheio a existência.
E abençoado seja o seu coração que não lhe pertence. 

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