domingo, 21 de abril de 2013

Passei.

O dia não acaba e a noite avança;
A vida passa alheia;
Lembranças e sonhos confundem-se;
A vida não é, será ou foi....
O homem vê, pensa, sonha, ouve, dorme e ri....
Só músculos, espasmos, reações, sentidos, instintos....
Matéria orgânica a sombra de nada, pleno de vazio no mundo.
Morrem sob o céu sonhos e pensamentos que permanecem e se foram.
Passam, passarão e nada dizem.
Mais que a vida importa o amor.
Penso em quantos lugares estive e não pertenço a nenhum. E nada me pertence. Nada fiz, ensinei ou aprendi. Passei. Quantas pessoas passaram, passarão? Muitos caminhos sob o mesmo céu. Quantos rostos? Muitos olhares vazios e perdidos no tempo. Quem ainda recorda, existe ou vive? Recordo o vento frio, perene, cortante. A noite profunda, muda e as estrelas distantes e infinitas. Recordo a solidão e a tristeza, o pranto e a vigília dos que habitam abaixo do firmamento esplendido e indiferente. A angustia, o medo, a dor e o desespero. A promessa esquecida, a esperança perdida, o amor pusilânime, o futuro duvidoso, o sonho desfeito. Porque a morte vêm em silencio e a vida, a razão e o amor também não lhe pertencem.

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