As noites eram longas nos dias em que estive sozinho.
Perdido em longos desvios vagos, incertos.
Resoluto vacilante.
Fantasias, memórias.
Hiato entre o tempo e o espaço.
Sombra perambulante que corteja a lucidez senil.
Flerta com a insanidade imaculada.
Inefável devaneio de um moribundo errante.
Saúda a tristeza e celebra a dor, o desprezo e a miséria.
O medo, a indiferença, o escárnio e o terror.
Todas as duvidas de um homem valem mais que o juízo de todos os deuses.
A fraqueza que habita o seu coração que a força dos santos.
As dores de sua alma que a luxuria dos amantes.
As lágrimas e as incontáveis e indizíveis derrotas e infâmias que todas as conquistas celebradas pelos excêntricos e soberbos frívolos perdulários.
As infinitas escadas, becos, ladeiras, vielas, trilhas iluminadas pela lua e as estrelas.
Espreita a morte fria, insinuante, indelével.
O silencio, as sombras, a brisa, os insetos.
O coração, o suor, o odor, o calor.
O peito ofegante sufoca a angustia e o medo se esvai com a fumaça, o pensamento, as estrelas.
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