terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Madrugadas....

O quarto são pedras, bitucas, restos, cinzas, sujeiras, tristeza, frustrações, fantasias. Ruídos, fluídos, hesitações, suspiros, silêncios. O pior são os silêncios. Sempre se acompanham do infinito, incertezas, hesitação e insegurança. Jamais alguém bateria a porta. Impossível o telefone tocar, porem, é a agonia de que isso aconteça que perfaz o instante do trago, perdido no delírio que acompanha o vácuo na fissura do uso. Minutos, horas, medo que oscila entre uma paz alienante e um pânico alucinante. Enquanto isso a saudade, a frustração, a insegurança, a raiva, o desprezo, o desespero, a indiferença, a ilusão, a lucidez e a esperança perfazem o ar, a brisa, o horizonte, os instantes longos, intangíveis e indefiníveis. A janela as estrelas seguem imóveis, insondáveis, o vento sutil e silencioso, as luzes discretas. Ainda assim a rotina da rua se impõem - silêncio, vigília, discrição. É tão grandioso, perene e infinito o firmamento, a paz de quem apenas vive e ignora o mundo tanto quanto ele te exclui que basta a brisa, a sombra, o repouso e o sonho. Ainda que o som dos pássaros, o sol no horizonte, a esperança e as determinações da rua nos traga a miséria da vida dos que apenas sobrevivem.....

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