Hoje completam-se 100 anos da Revolução da Páscoa - a guerra pela independência da Irlanda contra o Imperialismo e a ocupação inglesa. A relevância da luta do povo irlandês contra a ocupação e o Imperialismo, a despeito dos seis dias de combates, se inscreve no amplo contexto das lutas da classe operária na Europa desde a segunda metade do século XIX até a Revolução Bolchevique e a resistência proletária a Grande Guerra. Nesse contexto, destacam-se algumas figuras emblemáticas diante do acirramento da luta de classes e o nacionalismo!
Com efeito, trata-se de movimentos cujo protagonismo da classe trabalhadora é indiscutível: caráter classista, nacionalista e anti-imperialista! No que diz respeito a luta do povo irlandês, quatro figuras merecem destaque: James Connolly, Patrick Pearse, Michael Collins, James Larkin. Connolly começou a militância política nas fileiras do proletariado na Escócia, em fins do século XIX. Por essa época, ajuda a organizar o Partido Socialista Irlandês e na Inglaterra o Partido Trabalhista Socialista.
No inicio do século XX vai para os Estados Unidos, incorporando-se ao Partido Trabalhista Socialista (SLP-US), participando na fundação da Federação Socialista Irlandesa de Nova Iorque em 1907. Na década seguinte, ao lado de James Larkin organiza o Exercito Civil Irlandês - embrião do IRA -, coletivo de centenas de trabalhadores (estivadores, rodoviários, pedreiros, gráficos, carteiros) treinados para defenderem os seus interesses de classe e a consolidação de uma Irlanda independente e socialista.
A visão revolucionária e proletária de Connolly vai além das fronteiras da ilha, influenciando diversos movimentos pelas mais variadas colônias inglesas. O seu ideal de libertação nacional era indissociável do caráter classista: "A causa operária é a causa da Irlanda, e a causa da Irlanda é a causa operária"(…) Não podem ser separadas! A Irlanda procura a liberdade! Os operários procuram uma Irlanda livre, única dona do próprio destino, proprietária suprema de todas as coisas materiais sobre e abaixo do seu chão!" Lênin via a Revolta com entusiasmo, saudando a autodeterminação dos povos, considerando “opositores da autodeterminação como reacionários ou doutrinários", incapazes de compreender uma "revolução social”. Para ele o movimento revolucionário irlandês era a primeira grande derrota do Imperialismo após o inicio da Grande Guerra. Tanto Connolly quanto Larkin foram intransigentes a participação da classe trabalhadora na Guerra.
Desde a ultima década do século XIX Larkin se consolida a frente das lutas proletárias e organizações socialistas na Inglaterra, Escócia e Irlanda - União Nacional de Trabalhadores das Docas. Preso, considerando as organizações trabalhistas irlandesas reformistas, funda em 1911 o The Irish Worker de modo a colaborar com uma alternativa proletária à imprensa capitalista, com o objetivo de elevar a consciência classista do proletariado acirrando a luta de classes! Ao lado de Connolly funda em 1912 o Partido Trabalhista Irlandês e, após uma longa greve em 1913 parte para os EUA. Na América adere ao Partido Socialista da América, organizando a central Workers of the World. Partidário do bolchevismo, foi expulso do Partido Socialista da América em 1919 junto com numerosos simpatizantes. Seus discursos em apoio à URSS e a membros do recém fundado CPUSA, as contundentes publicações radicais tornaram-no um potencial alvo "do Pânico Vermelho", sendo preso por isso em 1920, condenado cinco anos em Sing Sing. Em 23, ao voltar a Irlanda contribuiu imensamente com os Republicanos na Guerra Civil e na organização do proletariado irlandês, criando a Liga de Trabalhadores Irlandeses, reconhecida pela Internacional Comunista em 24.
Com efeito, trata-se de movimentos cujo protagonismo da classe trabalhadora é indiscutível: caráter classista, nacionalista e anti-imperialista! No que diz respeito a luta do povo irlandês, quatro figuras merecem destaque: James Connolly, Patrick Pearse, Michael Collins, James Larkin. Connolly começou a militância política nas fileiras do proletariado na Escócia, em fins do século XIX. Por essa época, ajuda a organizar o Partido Socialista Irlandês e na Inglaterra o Partido Trabalhista Socialista.
No inicio do século XX vai para os Estados Unidos, incorporando-se ao Partido Trabalhista Socialista (SLP-US), participando na fundação da Federação Socialista Irlandesa de Nova Iorque em 1907. Na década seguinte, ao lado de James Larkin organiza o Exercito Civil Irlandês - embrião do IRA -, coletivo de centenas de trabalhadores (estivadores, rodoviários, pedreiros, gráficos, carteiros) treinados para defenderem os seus interesses de classe e a consolidação de uma Irlanda independente e socialista.
A visão revolucionária e proletária de Connolly vai além das fronteiras da ilha, influenciando diversos movimentos pelas mais variadas colônias inglesas. O seu ideal de libertação nacional era indissociável do caráter classista: "A causa operária é a causa da Irlanda, e a causa da Irlanda é a causa operária"(…) Não podem ser separadas! A Irlanda procura a liberdade! Os operários procuram uma Irlanda livre, única dona do próprio destino, proprietária suprema de todas as coisas materiais sobre e abaixo do seu chão!" Lênin via a Revolta com entusiasmo, saudando a autodeterminação dos povos, considerando “opositores da autodeterminação como reacionários ou doutrinários", incapazes de compreender uma "revolução social”. Para ele o movimento revolucionário irlandês era a primeira grande derrota do Imperialismo após o inicio da Grande Guerra. Tanto Connolly quanto Larkin foram intransigentes a participação da classe trabalhadora na Guerra.
Desde a ultima década do século XIX Larkin se consolida a frente das lutas proletárias e organizações socialistas na Inglaterra, Escócia e Irlanda - União Nacional de Trabalhadores das Docas. Preso, considerando as organizações trabalhistas irlandesas reformistas, funda em 1911 o The Irish Worker de modo a colaborar com uma alternativa proletária à imprensa capitalista, com o objetivo de elevar a consciência classista do proletariado acirrando a luta de classes! Ao lado de Connolly funda em 1912 o Partido Trabalhista Irlandês e, após uma longa greve em 1913 parte para os EUA. Na América adere ao Partido Socialista da América, organizando a central Workers of the World. Partidário do bolchevismo, foi expulso do Partido Socialista da América em 1919 junto com numerosos simpatizantes. Seus discursos em apoio à URSS e a membros do recém fundado CPUSA, as contundentes publicações radicais tornaram-no um potencial alvo "do Pânico Vermelho", sendo preso por isso em 1920, condenado cinco anos em Sing Sing. Em 23, ao voltar a Irlanda contribuiu imensamente com os Republicanos na Guerra Civil e na organização do proletariado irlandês, criando a Liga de Trabalhadores Irlandeses, reconhecida pela Internacional Comunista em 24.
Michael Collins era um agitador e destacado organizador da causa pela independência irlandesa. A despeito do consenso em torno do insucesso da Insurreição da Páscoa de 16 e das celebrações pelo impulso dado a causa, foi um crítico feroz do amadorismo e falta de estratégia para a luta revolucionária! Quando sai da prisão, após 16, assume a liderança do braço armado do movimento revolucionário e organiza a luta de guerrilhas na Irlanda, levando a capitulação dos ingleses e a criação do Governo Provisório Irlandês - um Tratado que oferecia à Irlanda a "liberdade para conquistar a liberdade." Esse processo dividiu de forma contundente o movimento revolucionário irlandês, acirrando a guerra civil no país levando ao assassinato de Collins em agosto de 1922.
Pearse foi a "eminencia parda" no movimento - poeta, professor, escritor, advogado -, sendo o primeiro "Presidente do Governo Provisório" após a revolta de 1916, bem como o mártir mais pranteado pelo povo na Revolução, ao lado de Connolly. Um século após a independência irlandesa, penso que cabem três observações: a organização e as lutas nacionalistas e proletárias protagonizam e se impõem ao imperialismo do capital; é indispensável a vanguarda dos movimentos socialistas e comunistas; não se pode ignorar o contexto da Grande Guerra, a interferência e as conspirações das nações envolvidas - a Alemanha contra a Inglaterra nas suas colônias, sobretudo, as mais problemáticas como a Irlanda. Finalizando, viva as lutas da classe trabalhadora contra o Imperialismo e o capital! Só a luta transforma e conquista!
Referências
Roger Casement: um rebelde irlandês. Waldir Freitas Oliveira - http://www2.ufrb.edu.br/reconcavos/edicoes/n03/pdf/Waldir.pdf
https://www.marxists.org/portugues/lenin/1914/auto/cap04.htm
http://pt.euronews.com/2016/03/26/irlanda-celebra-revolta-da-pascoa-de-1916/
http://pt.euronews.com/2016/03/26/irlanda-celebra-revolta-da-pascoa-de-1916/
http://www.irishcentral.com/roots/history/An-guide-to-the-historical-figures-and-moments-of-the-1916-Easter-Rising.html
http://socialistresistance.org/8167/the-easter-rising-comrades-of-ours
http://www.columbia.edu/~lnp3/mydocs/race/lenin_ireland.htm
http://spartacus-educational.com/IRElarkin.htm
http://www.workersrepublic.org/Pages/Ireland/Larkin/lestweforget.html
Roger Casement: um rebelde irlandês. Waldir Freitas Oliveira - http://www2.ufrb.edu.br/reconcavos/edicoes/n03/pdf/Waldir.pdf
https://www.marxists.org/portugues/lenin/1914/auto/cap04.htm
http://pt.euronews.com/2016/03/26/irlanda-celebra-revolta-da-pascoa-de-1916/
http://pt.euronews.com/2016/03/26/irlanda-celebra-revolta-da-pascoa-de-1916/
http://www.irishcentral.com/roots/history/An-guide-to-the-historical-figures-and-moments-of-the-1916-Easter-Rising.html
http://socialistresistance.org/8167/the-easter-rising-comrades-of-ours
http://www.columbia.edu/~lnp3/mydocs/race/lenin_ireland.htm
http://spartacus-educational.com/IRElarkin.htm
http://www.workersrepublic.org/Pages/Ireland/Larkin/lestweforget.html
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