sexta-feira, 29 de maio de 2020

Quarentena.

Quero ver os pássaros passando,
Ouvir o vento voar,
Dissipar os pensamentos.

A minha alma é como uma folha,
Errando pelo ar,
Consumida,
Vadia, 
Que sucumbe, alimenta e sacia a vida de coisas simples e insignificantes que o sopro anima e a brisa acaricia. 

Quero ouvir a noite chegando,
O dia surgindo,
A vigília suave despedindo-se com a aurora insípida,
Cheiros indecisos, sons indeléveis de sonhos caídos.

Vidas perdidas, desperdiçadas, vazias, arredias. 
Uma palavra para auscultar,
Alegorias.

Sussurro pensamentos insondáveis,
Gemidos incompreensíveis,
Sínteses indizíveis.
Sobre pessoas inenarráveis,
Sonhos implacáveis,
Caminhos infinitos,
Versos medíocres.

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